quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Psicanálise e Psicopedagogia.


                                         
    Em minha experiência de mais de mais de 4 anos atuantes na área de psicopedagogia clínica, obtive muitas experiências com diferentes casos. Realmente, cada caso é um caso e devemos levar em conta as singularidades de cada cliente no diagnostico.

    Assim, não podemos seguir ao “pé da letra”, um cronograma diagnóstico como aprendemos nos cursos de pós-graduação. Isso não quer dizer também que não devemos segui-lo, mas sim, que devemos ater nas singularidades de cada cliente e adaptar, se necessário, as avaliações. Vamos entender melhor tal temática.

    Nos primeiros anos de carreira, seguia ao pé da letra a rotina diagnóstica, e separava por dias todo o processo. Por exemplo, em um dia fazia a anamnese com os pais para colher dados externos, no outro uma EOCA (Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem) com a criança, depois as provas operatórias e por fim, no último dia, chamava os pais e o cliente pra dar o laudo e explicar como serão feitas as sessões de “tratamento” com o cliente. Isso tudo parece uma receita de bolo, e é, e por sinal muito eficaz. Mas mesmo assim, existem “profissionais” que fazem apenas as provas operatórias e já acham que concluíram o serviço, mas “tudo bem”.

    Em fim, até ai tudo certo, seguia a receita do bolo e fazia a minha parte, e a maioria dos casos eram resolvidos.  Mas em alguns casos, poucos, praticamente exceções, a receita deixava a desejar, e no decorrer do tratamento, mesmo depois de meses, a melhora do caso em exceção era pequena e tinha lacunas que não eram aparadas. Foi ai que decidi analisar outras questões nas avaliações.

    Decidi da a mesma importância das provas operatórias para a EOCA, ou até mais em alguns casos. Agora avalio também questões mais sutis nessa etapa, bem além das educacionais e de aprendizagem. Para isso acabei fazendo alguns cursos com temas psicanalíticos que me ajudaram bastante nessa questão. É bom lembrar que Psicanálise não é uma matéria específica da psicologia e “qualquer pessoa” pode exercer tal atividade por Lei Federal, já que não existe uma regulamentação específica para esta. Existem muitos cursos livres bons para isso, basta procurar.

    Assim sendo, dando mais ênfase na EOCA, comecei a observar fatores sutis que ficavam de fora em um processo avaliativo comum, porém que faziam total diferença nos resultados. Nesses casos exceções, por mais que eu trabalhasse, tinham ainda questões que não se resolviam, mas com essa nova visão analítica, “matei as charadas”. Ou seja, passei a identificar possíveis problemas sócio familiares, traumáticos e etc, que deveriam ser trabalhados em conjunto com meu tratamento, mas como somos apenas um, devemos saber nossas limitações.  Por conta de saber minhas limitações terapêuticas atuando como psicopedagogo, o mais correto a fazer foi encaminhar esses casos à profissionais mais habilitados nessas questões específicas, como os Psicólogos, Psicoterapeutas, Terapeutas, entre outros, e com eles trabalhar interdisciplinarmente, em conjunto, aparando assim todas as arestas e desenvolvendo um trabalho mais global, levando em conta todas as especificidades do caso.

OBS.: Atuo também como Psicoterapeuta Holístico e outras Terapias Complementares que podem auxiliar esse processo, porém, ao atuar como psicopedagogo, prefiro separar as coisas e fazer esse trabalho em conjunto com outros profissionais.

    Achei minha “cereja do bolo” no trabalho psicopedagógico, algo que me ajudou a ampliar meus diagnósticos, a Psicanálise. Através dela, usando-a na EOCA juntamente com toda a “receita do bolo”, acabei identificando “possíveis problemas” que antes ficavam ocultos, e que no fim, possuíam a mesma importância dos problemas cognitivos no processo ensino aprendizagem.

  Assim, minha EOCA acabou virando uma EOCAP (Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem e Psicanálise). Porém é bom ressaltar que utilizo a psicanálise no trabalho psicopedagógico apenas no auxilio diagnóstico, jamais em tratamentos, pois devemos saber separar o que é nossa função como psicopedagogos. Entendendo isso, é sempre recomendável encaminhar o cliente diagnosticado com esses “possíveis problemas” a um profissional mais habilitado, como um Psicólogo, Psicoterapeuta, Terapeuta ou outro profissional da área competente.

    Na minha singela opinião, os cursos de Psicopedagogia no Brasil são passados de forma simplificada, básica, cabendo ao psicopedagogo sempre buscar novas ferramentas de trabalho. Não devemos jamais nos contentar com as "ferramentas" que temos, mas sim, evoluir com os novos desafios.

Gratidão.

Ramiro E. de O. Brinco.

Professor, Palestrante, Psicopedagogo Clínico e Institucional, Psicoterapeuta Holístico e Terapeuta Complementar.

ATENÇÃO!!!!!!

Se quiser conhecer um pouco mais do meu trabalho Presencial ou Online como Psicoterapeuta e Hipnólogo Clínico, visite também minhas redes sociais:

Site profissional:  https://www.portalintegrativo.com.br/hipnoterapia

Canal no You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCPqPH5FWIh6Kk84Qqusd4eQ

Página no Facebook: https://www.facebook.com/ramiroestevesterapiaglobal/



3 comentários: